preposições "a" e "para"

05.06.2009 08:39
Fecha 25.04.2009

Por Ecris

Asunto Consulta: preposiçao a e para

Olá
Gostaria de saber se há alguma diferença no usa da preposiçao "a" e "para" nos seguintes exemplos.
Vou para Madri.
Vou à Madri.

 

Fecha 26.04.2009

Por Francisca Paula Soares Maia

Asunto Re: Consulta: preposiçao a e para

Levando em consideração a variação linguística, observamos que 'Vou para Madri" é uma expressão mais usada em língua oral; ao passo que "Vou à Madrid" é mais usada em estilo mais formal escrito. Deixo a observação quanto à diferença semântica entre 'ir para' ; 'ir a' e o 'uso da crase' para os outros profs. colaboradores do site, ok? Abraços.

 

Fecha 26.04.2009

Por Marcos Bagno

Asunto Re: Consulta: preposiçao a e para

O uso das preposições "a" e "para" com sentido de direção é um dos claros exemplos da distância que existe entre o uso normal brasileiro e a prescrição da gramática normativa. Segundo a tradição gramatical, usa-se "a" para indicar uma estada temporária, passageira, com possível retorno: "Vou a Madri e volto em dois meses", e usa-se "para" com o sentido de permanência: "Vou para Madri trabalhar e viver lá". No entanto, os usos reais do português brasileiro há muito já estabeleceram outras regras. A preposição "a" na maioria das variedades do português brasileiro está em desuso, sendo substituída por "para". Assim, no lugar de "dei o livro a Pedro" dizemos "dei o livro para Pedro", "telefonei ao José" dizemos "telefonei para o José". A preposição "a" também vem sendo substituída em outros usos pela preposição "em". Assim, expressões como "descansar à sombra", "falar ao telefone", "cair ao chão" etc. são muito mais frequentemente usadas com "em": "descansar na sombra", "falar no telefone", "cair no chão" etc. Essa mesma preposição "em" se usa também para indicar movimento: "vou no banheiro", "cheguei em Buenos Aires", "vamos no cinema" etc. O sentido de estada temporária ou de permanência acaba sendo explicitado por outros elementos do enunciado, como o tempo verbal e os advérbios.
Um abraço,
Marcos Bagno
 

Fecha 26.04.2009

Por Carlos Alberto Faraco

Asunto Re: Consulta: preposição "a" e "para".

Ir a Madri X Ir para Madri

Alguns gramáticos e dicionaristas insistem em apontar uma diferença semântica entre estas duas construções:

- ir a Madri: significaria ir para uma curta temporada;

- ir para Madri: significaria ir para longa permanência ou mesmo para fixar lá residência.

O Dicionário Caldas Aulete parece ter sido o primeiro a sugerir esta diferença. Não apresentou, porém, exemplos de uso real para abonar a diferença que propunha.

O Dicionário Houaiss reproduz esta diferença também sem oferecer nenhuma abonação.

Tampouco os instrumentos (dicionários e gramáticas) produzidos com base nos dados de língua escrita contemporânea do Laboratório de Estudos Lexicográficos da UNESP de Araraquara apresentam abonação para esta diferença (alguns nem a mencionam).

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa reproduz a diferença sem qualquer abonação.

A falta de abonação sugere cautela na aceitação da diferença. Fica-se com a impressão de "regra inventada", tão comum, infelizmente, no trato normativo de fenômenos da língua.

O Dicionário Aurélio (versão Século XXI) não reproduz esta diferença.

E o Dicionário de Regência Verbal do Celso Luft, depois de reproduzir (também sem abonação) a diferença, acrescenta a seguinte observação (8.ed., p. 342): "Na fala brasileira, prevalece para (em qualquer dos dois sentidos) sobre o a, de pouco uso por falta de corpo fonético".

Resumo da conversa: parece que tal diferença não existe de fato. Se existiu no passado da língua, desapareceu no português brasileiro, no qual, segundo Luft, prevalece para nos dois sentidos.

Carlos Alberto Faraco

 

Fecha 26.04.2009

Por Lorenzo Vitral

Asunto Re: Consulta: preposição "a" e "para".

Prezada Ecris,
Não há diferença de significado entre as preposições "a" e "para" usadas com o verbo "ir". O uso da preposição "a" é um uso mais culto, embora a preposição "para" seja também admitida e tenha se tornado a mais freqüente. No entanto, no seu exemplo, você usou o "a" craseado ("vou à Madri"), mas este emprego está errado neste caso; diga apenas "Vou a Madri". A crase é empregada quando o substantivo seguinte é precedido por um artigo feminino, como em "Vou à Bahia"; quando for o artigo for masculino, a preposição é amalgamada ao artigo, gerando, por exemplo, "Vou ao Rio".
Até breve,
Lorenzo.

 

Fecha 26.04.2009

Por Darcilia Simões

Asunto Re: Consulta: preposição "a" e "para".

Olá, colegas!
O emprego das preposições A e PARA está previsto nas locuções adverbiais indicativas de lugar para onde ou direção. Nessa situação, A e PARA são sinônimas e podem ser usadas indistintamente.
Cumpre, no entanto, observar as regras de emprego do acento grave no A. Esse diacrítico não é permitido antes de palavras masculinas ou plurais.
Logo, temos:
Vou para Madri. CERTO
Vou à Madri. ERRADO - Forma correta: VOU A MADRI.

Um abraço,
Darcilia Simões
 

Fecha 27.04.2009

Por Hélio Consolaro

Asunto Re: Consulta: preposição "a" e "para".

Vou para Madri - vai definitivameente
Vou a Madri - vai passear, vai e volta.
Abraços,
Hélio

 

Fecha 28.04.2009

Por Paulo Hernandes

Asunto Re: Consulta: preposição "a" e "para".

Alguns querem ver muita diferença de sentido entre "a" e "para" no contexto apresentado, mas em rigor vejo pouca diferença. Assim, se quero dizer que vou viajar para a capital espanhola e voltarei, posso utilizar as duas preposições indistintamente. Entretanto, se vou de mudança para lá, é preferível "para" e aí não cabe "a".

 

Fecha 30.04.2009

Por Mário Perini

Asunto Re: Consulta: preposição "a" e "para"

 

Tradicionalmente, e no português escrito, "vou para Madri" significa que a pessoa vai para ficar; "vou a Madri" (sem acento no "a", mas não se preocupe com isso, que os brasileiros também não sabem) seria uma viagem com volta iminente. No brasileiro falado, "vou a Madri" é o mesmo que no português formal; mas "vou para Madri" vale tanto para uma ida definitiva quanto para uma ida rápida: "a semana que vem vou pra Madri e volto no dia 30". O que não se pode dizer, em nenhuma das variedades, e uma coisa como "vou a Madri" no sentido de "vou mudar para Madri".
Mário Perini

 

 

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